August 28, 2012

Porque há furacões e "furacões"

Esta é daquelas que é “boa demais” para ser escrita por um comediante.

A batshit crazy da Michele Bachmann, mais uma que gostava de ver os Estados Unidos a tornarem-se uma teocracia cristã, aparentemente consegue ler (melhor que os outros todos) a mente de deus.

No último outubro, quando o furacão Irene assolou a Costa Este dos USA, a “profeta da idiotice religiosa" disse que: “Eu não sei quanto mais Deus precisa de chamar a atenção aos políticos. Nós temos tido furacões, terramotos. Ele está a dizer-nos “quando é que Me vão começar a dar atenção? (…) O governo está obeso e é preciso cortar na despesa”.

Para além do extraordinário insight da maluquinha de Arroios (lá do Minesota, claro) sobre a "obra" de deus que envia furacões que dão cabo da vida daqueles que supostamente acreditam “nele”, de forma a dar recados aos políticos, deus também percebe de finanças e sabe qual deve ser o défice. É o deus da Bachmann: generoso no mal que faz, mas comedido sobre o orçamento do governo.

Agora que os Republicanos (e a ”colheita” deste ano é só fanáticos religiosos) estão a ter a sua Convenção em Tampa, Florida, o furacão Isaac anda a fazer das suas nessa região da América.

Vamos então “em directo” para a maluquinha de Arroios que acha que: “Neste momento estamos a ver um furacão político neste país. Um furacão espiritual na nossa terra. E está na altura de cada um de nós mostrar o que pode fazer por Ele.”

Brilhante!!!

Assim sabemos que “deus” está claramente a enviar uma mensagem aos Republicanos! Deixem-se de tentar forçar deus na praça pública e deixem o coitado do “senhor” em paz, que ele tem mais que fazer do que andar a aturar gente maluca.



August 24, 2012

Sobre o "Ateismo+"

Em relação ao artigo do Nelson Jones no New Statesman sobre o Ateísmo +, (e que apresentei aqui) ocorre-me dizer duas coisas

1) Compreende-se a necessidade de alargar o “novo ateísmo” para uma nova “versão” mais multicultural. Quando o novo ateísmo “nasceu” (com o artigo do Gary Wolf em Novembro 2006, na Wired Magazine) ficou muito conotado com os “cavaleiros” que acabaram por ser a “face” do novo ateísmo, para “o bem e para o mal”, como se costuma dizer; quatro homens brancos, intelectuais, académicos e “elitistas” (curiosamente sabe-se agora que Ayaan Hirsi Ali tinha sido convidada para fazer parte da agora icónica “conversa” entre os “quatro cavaleiros”, mas não pode estar presente no dia da filmagem).

O Ateísmo+ não é mais do que uma tentativa, tal como Wolf o fez em 2006, de dar um “nome” a um movimento novo, neste caso, que inclui mais mulheres (aliás se lerem o post original da Jen McCreight, é uma resposta dela ao “grupo dos bons rapazes” que é o ateísmo, e a defesa de uma posição mais feminista neste movimento), pessoas de outras raças e de outros locais do globo (a utilização do “+” é fácil entender que tem a ver com o sucesso que o Google+ está a ter neste momento).

2) Haverá sempre quem proteste (por tudo e por nada), neste caso pelo facto de “haver novos rótulos” para o ateísmo, quando a ateísmo sempre foi “suficiente por ele próprio”, sem precisar de novas roupagens. Como é de esperar, não concordo com este tipo de argumentos. O ateísmo, assim como outras filosofias de vida, evoluem normalmente, e adaptam-se a “corrente do tempo”. E o ateísmo nesse aspecto é um óptimo “modelo” para isso, cada vez mais a ciência contribui para o conhecimento do funcionamento da nossa mente e da nossa fisiologia, do funcionamento do mundo e do cosmos, o secularismo instala-se cada vez mais com novos desafios que isso traz, a igualdade entre sexos e entre raças causa um maior debate que é necessário.

Apesar de ser (orgulhosamente) um “novo ateísta”, vou esperar para ver o que vai acontecer ao “Ateísmo+”. Poderá ser uma “onda” (como foi os Brights) ou estará cá para ficar?

August 23, 2012

Insanidade completa!

Por esta altura já toda a gente sabe (na imprensa Portuguesa escrita inclusive tenho visto muitas peças sobre este tema), um candidato a senador nos Estados Unidos pelos Republicanos, disse que “quando uma violação é legitima, o corpo da mulher tem formas de impedir a gravidez”.

Insanidade? Completa.

Ignorância? Obvia.

Fanatismo? No limite.

Este tipo de argumentação serve para se poder ser contra a interrupção voluntária de uma gravidez, e neste caso por causa de convicções religiosas, porque se uma “mulher for legitimamente violada”, não há forma de haver gravidez.

Aliás , neste vídeo do programa da Rachel Maddow, pode-se ver que alguns dos conservadores Americanos “oferecem” a ideia que, uma mulher quando é violada, não pode acontecer gravidez. Um deles chega a dizer que deus “coloca um pequeno escudo que impede a fecundação".


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Como disse, insanidade completa.

Mas o que é muito mais interessante, é ver os protestantes Americanos que mais próximos estão dos “corredores de poder” saírem… em defesa destas posições.

Os já infamemente conhecidos Tony Perkins do Family Research Council disse que “nós apoiamos totalmente Akin [o candidato]" e o Bryan Fisher, da American Family Association’s basicamente disse também que, sim senhor, não percebo nada de biologia reprodutiva, mas deve ser assim.

E assim os líderes religiosos mostram o perigo que são para a sociedade Americana, e indiretamente para o resto do mundo. Quando a biologia humana é ignorada, quando a parte emocional é desprezada, quando a solidariedade humana é acessória, temos a “moralidade cristã a vir ao de cima”.

Patético e preocupante.

August 16, 2012

Eu e as minhas almofadas

O missionário do teclado, o entrecosto esturricado, anda a fazer de cupido e quer que eu me case com a minha almofada! Hilariante. Não sabia que o Sr. Jairo Entrecosto tinha jeito para andar a fazer de casamenteiro (quiçá para compensar de alguma coisa, mas isso são especulações).

Na verdade eu já tinha pensado nisso várias vezes. Aliás, “imoral” como sou, estou a pensar em casar com as minhas duas almofadas. Poderei assim estar casado, e ainda por cima ser polialmofadeiro, claramente em contradição com os mandamentos divinos, onde um casamento será apenas entre um homem e uma almof....uma mulher! Peço desculpa! Ou uma mulher e concubinas, ou uma mulher que foi vitima de um violador, ou uma mulher e os seus escravos, ou uma mulher virgem que seja espólio de uma batalha.


Eu compreendo que é uma grande chatice para estes senhores que certos ateístas (e falo claro, de mim) sejam heterossexuais, sejam monogâmicos, sejam de direita, sejam contra a interrupção voluntária da gravidez por sistema, sejam humanistas, etc. Não lhes dá jeito!

"Choca" a estes senhores que os ateístas defendam ideias de decência e de bom-senso. Eles "querem" estas características só para si, e como tal poderem achar que têm uma qualquer “superioridade moral” que lhe da ”autorização” para escrever barbaridades como a que um ateísta possa “querer casar com um câo”.

É este o nível de discurso destes pobres coitados. Colocar imagens de macacos, como se fosse essa a imagem a passar de ateístas que queiram casar (uma instituição muito anterior aos “ensinamentos cristãos”) sem ser com um padre falar da “santidade religiosa do casamento”.

E são estas as pessoas que querem “debates”. Com argumentos do mais mesquinho e intolerante possível.

Os católicos que temos…

PS: E contínuo à espera da admissão do Sr. Entrecosto de andar a alterar conscientemente aquilo que escrevo (mais uma vez, aqui e aqui). Mas a falta de coragem é uma coisa “tramada”. É muito mais fácil colocar imagens de macacos do que admitir que se muda o que os outros escrevem.

August 8, 2012

Quando os “vermes” voltam à superfície

Este post é um pouco denso, mas como dizem os meus amigos Americanos, bear with me.

Um dos “líderes espirituais” com mais “tempo de antena” nos USA, membro da “maioria moral”, “ a mão direita de deus”, é Ralph Reed.



Pio, “temeroso perante deus”, preocupado com a “saúde religiosa” dos USA, Reed é considerado por muitos como o “sucessor” de Falwell. Um “líder religioso”, que quer entrar no mundo politico dos Estados Unidos e determinar o que todos os outros podem fazer seguindo a lei de deus.

No entanto, Reed é igualmente um ser humano desprezível e ignóbil.

Rachel Maddow da MSNBC explica porquê.


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Para quem domina menos o inglês, Reed ajudou um “grupo de interesse”, liderado por Jack Abramoff, para manter a referência Made in America nas ilhas Marianas, onde mão-de-obra escrava era utilizada para fazer peças de roupa. Reed influenciou o seu largo público a escrever cartas em apoio a manter este estatuto porque “os os trabalhadores estavam a ser submetidos aos ensinamentos de Jesus”, ao mesmo tempo que tinham de trabalhar horas seguidas sem descanso, serem pagos em cêntimos e terem de fazer interrupções voluntárias de gravidez para poderem trabalhar mais tempo. Para além disso, Reed, mais uma vez, mobilizou a comunidade cristão par escrever para o Congresso para impedir a abertura de casinos por populações nativo-Americanas, porque estava a ser pago por outros grupos de nativo-Americanos que queriam abrir os seus próprios casinos.

Aliás, pode-se ver que pessoas como Christopher Hitchens “topam estes vermes" à distância (têm de esperar pelos 8min e 20 seg).



E agora, Reed quer voltar à política, em nome da “limpeza espiritual” dos Estados Unidos, contra as “hordas de liberais e progressistas”, que querem “destruir a América”.

Isto só mostra que, quando aqueles que dizem falar por deus querem ter poder, que mostram o pior lado de ser humano: corrupção, mentira, intolerância, ganância, mas em “nome de deus”.

August 7, 2012

Como era de esperar

Como era de esperar, o” missionário do teclado”, o entrecosto esturricado, faz-se agora de desentendido (para além de despeitado) e quer que lhe sejam apontados os erros que ele próprio comete conscientemente.

Apesar de ser contra a minha política (o que me faltava era andar a dar "trafego" a este tipo de pessoas), eu deixo aqui novamente os dois links (aqui e aqui), onde qualquer pessoa pode ver as alterações que o Sr. Entrecosto fez ao meu texto, sinal claro que manipula o que os outros escrevem a seu belo prazer, o que mostra uma desonestidade atroz para alguém eu se acha "moralmente superior" aos outros, “imáculo” na defesa de “verdades” e de “argumentos validos”.


Na verdade, o Sr Entrecosto é um grande mentiroso, que ainda por cima é incapaz de se desculpar pelas suas acções, que claramente visam prejudicar o que os outros dizem, em prol de uma “superioridade argumentativa” que o senhor em questão não tem, e nunca teve.


E ainda quer este pessoal “debates”, quando o que fazem é o equivalente a tirar peças do tabuleiro quando o oponente se distraiu.

Uma pobreza.

August 6, 2012

Ser-se Humano!

Isto é que é ser-se humano



Querer explorar. Conhecer os limites. Saber mais. Ter curiosidade (e que nome bonito para dar ao rover que agora está em Marte). Desafiar as probabilidades. Trabalhar em conjunto, sem preconceitos, apenas com uma visão comum; avançar o conhecimento e o progresso da civilização.



As palavras de Carl Sagam ecoam nos meus ouvidos “How is it that hardly any major religion has looked at science and concluded, “This is better than we thought! The Universe is much bigger than our prophets said, grander, more subtle, more elegant?” Instead they say, “No, no, no! My god is a little god, and I want him to stay that way.”

Para que deuses, quando temos a Humanidade.

August 5, 2012

Como apanhar um mentiroso

Mais uma vez, o “missionário-mor do teclado nacional”, o Jairo Entrecosto, AKA aqui no NOVA, como o “entrecosto esturricado”, mostra toda a sua falta de conhecimento dos termos mais básicos sobre questões religiosas e não religiosas.

Neste artigo, mais uma vez o entrecosto esturricado mostra a sua ignorância do que é laicismo, cuja a definição é :”é a ausência de envolvimento religioso em assuntos governamentais, bem como ausência de envolvimento do governo nos assuntos religiosos”, que deriva da palavra laico que "é um adjectivo que significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas”. Logo, uma ministra que diz que aproveita a sua posição política e governamental para fazer proselitismo, é uma atitude que devia envergonhar todos os católicos… pelo menos aqueles que defendem a laicidade do estado, no lugar de quererem os políticos a promover o catolicismo.

Mas mais revelador neste artigo é a confirmação daquilo que já sabemos do “missionário do teclado”, neste caso a sua desonestidade. Manipular aquilo que escrevi, com uma alteração do meu texto, mostra que este senhor é capaz de qualquer coisa, inclusive levantar falsos testemunhos, o que é um dos mandamentos mais importantes na sua religião de não uma coisa que não de deve fazer. Mas esta constatação de ver o alterar do que os outros escrevem só mostra o que esta pessoa é; um mentiroso, capaz de deturpar o que não lhe convêm, e que mostra uma covardia de não conseguir sequer ser honesto ao ponto de transcrever correctamente o que os outros dizem.

Qualquer pessoa que cruze os dois artigos vê, de uma forma imediata, e clamorosa, os impropérios. Mas não sou eu que tenho de andar a fazer de "polícia" do Sr. Jairo e das suas mentiras.